sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Centenário de Edith Cerveira Borges (11/11/1911 – 11/11/2011)


Edith Cerveira Borges nasceu em 11/11/1911 em Mealhada, Portugal. Era então a única filha de Adelino Augusto Cerveira e de dona Maria de Jesus Cerveira, quando o casal de imigrantes chegou ao Distrito de Entre Rios, hoje Rio Brilhante, nos idos de 1913.
Sua mãe contava à época com 24 anos, e seu pai, farmacêutico formado pela Universidade de Coimbra já estava com 30 anos.
Edith Cerveira perdeu o pai muito cedo e assumiu a responsabilidade de auxiliar sua mãe na educação dos irmãos nascidos no sul do Mato Grosso – Francisco de Jesus Cerveira, Alda Cerveira Borges, José Cerveira e Eurico Cerveira – e ainda no gerenciamento da pensão que dona Maria mantinha no centro da pequena cidade de Entre Rios, onde ocorriam os eventos sociais mais importantes, que iam de casamentos, bailes, recepção para visitantes ilustres a eleições.
Quando solteira, sua mãe só permitia que a jovem Edith usasse trajes escuros, longos e de mangas compridas. Vaidosa, ela contava bem humorada, que com o casamento houve uma grande revolução em sua vida: o marido permitia que ela usasse trajes com o tornozelo à mostra e meia manga, nas cores rosa e lilás.
Casou-se em 1930 com Sírio Borges e dessa união nasceu numerosa prole: Sônia, Sérgio, Ivan e Herennio, já falecidos, e, ainda Linneu, Tânia e José Augusto.
Mãe extremosa, dedicou-se à família com verdadeira devoção nos cuidados com o marido, os filhos e depois com os netos. Era suave e acolhedora.
Sua casa representava um lugar seguro e aconchegante, onde as novenas e orações eram dedicadas a cada membro da família. Na cozinha havia sempre um aroma morno de raspa de limão e de especiarias. Nos quartos, os lençóis engomados cheiravam a lavanda.
Edith Cerveira com sua fé inabalável, soube enfrentar com coragem e dignidade todas as provações que a vida lhe apresentou, inclusive a perda de dois filhos ainda jovens (32 e 33 anos) e uma longa enfermidade.

Em 1º/06/1988, Edith Cerveira cerrou seus olhos azuis. Partiu com serenidade numa madrugada fria de outono.
Deixou para sua família, seus amigos e os moradores de Rio Brilhante um legado de fé, de coragem, de bondade e de amor. Para nós, seus netos, foi única e especial e seu exemplo está guardado como um tesouro no coração de cada um de nós.


Leila Fagundes Borges Teruel, advogada, 50 anos,
neta de Edith Cerveira Borges e Sírio Borges